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domingo, 24 de fevereiro de 2013

SILÊNCIO SABÁTICO

Impelido pelo grande desejo de conhecer tua gênese e teus feitos, velha Palma, eu fui longe demais. Ousei pesquisar durante muitos anos e acumulei um razoável acervo sobre tua caminhada na história e no tempo. 
Publiquei alguns trabalhos, sete até aqui, sendo que “História de Coreaú (1702 – 2002)” tornou-se mais conhecido e também o mais discutido e, porque não afirmar, o mais criticado.
Essa publicação prestes a completar dez anos, ultimamente tem sido um tanto discutida. Mas desde o lançamento, dei a conhecer que havia imperfeições, pois na Introdução, p. 35-36, realcei:
“É oportuno, também, declarar, em face da existência de lacunas e omissões, que não se trata de um trabalho pronto, acabado na forma e no conteúdo, que assim tenha esgotado todo o rico potencial de informações sobre os fatos e feitos de nossa querida comuna. Trata-se, apenas, de uma coletânea que servirá de referência para todos aqueles que desejarem explorar outros aspectos da vida de nossa cidade ou aprofundar os temas aqui tratados.”
Acalento-me com o pronunciamento de duas estrelas fulgurantes da cultura cearense, Padre Francisco Sadoc de Araújo e Professor Geraldo da Silva Nobre (in memoria), respectivamente, na apresentação e no prefácio do meu modesto trabalho sobre os fatos e feitos da Várzea Grande de antanho, da Palma de ontem e da Coreaú de hoje.
Na Apresentação, p.30-31, Padre Sadoc salienta:
“Em verdade, quem se aventura a escrever com seriedade qualquer livro de história não pode prescindir da pesquisa em arquivos e bibliotecas, que são o manancial primeiro dos dados precisos e autênticos que estruturam a veracidade dos fatos narrados.”
Como se observa, nada escapou aos olhos atentos do autor que se dispôs, de corpo e alma, a publicar um estudo abrangente da “História de Coreaú”, sua terra natal, à quem manifesta devotar um profundo amor, sem o qual não se explicaria o ingente esforço despendido para levar a bom termo tão cansativa tarefa. Para ele, o amor à sua terra não é apenas um simples afeto sentimental mas, muito mais do que isto, o cumprimento de um dever de cidadania.”
No Prefácio, p.33, Professor Geraldo Nobre ressalta:
“Infelizmente não é possível discorrer neste registro sobre todos os assuntos tratados e descritos muito apropriadamente por Leonardo Pildas, tal o volume de informações por ele coletadas desde quando resolveu dedicar-se à reconstituição do passado e do presente de Coreaú e de seus filhos; (...).”
Com fidelidade às fontes consultadas e no limite do meu alcance,   escrevi, com convicção e zelo, um pouco da história coreauense. Assim, dou por encerrada essa demanda. Antes devo proclamar, usando as palavra de Horácio, in Carmina, que toda a minha busca sobre tua história, Palma, não passou de “uma doce ilusão, e um agradável erro da mente” = “Amabilis insania, et mentis gratissimus error”.  Contudo, me sinto feliz! Aprendi bastante sobre tua gente, teus percalços e tuas conquistas.
A tua história, minha terra, ainda será publicada na sua inteireza, espelhando a análise crítica que torna meritório um trabalho nessa área. Que eu tenha vida para congratular-me com o autor ou os autores de tua verdadeira e completa História.
Jamais cobicei as luzes da ribalta, nem a eloquência do púlpito, nem o aplauso do pódio e muito menos o gáudio do trono. Tudo isto encerra a vaidade humana: “Vanitas vanitatum, et  omnia vanitas” = “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.” O silêncio além de proporcionar a reflexão, em muitas ocasiões sugere o status de sábio. Por um período de tempo, não me pronunciarei sobre aspectos da história de Coreaú. Irei pesquisar mais e aprender como fazer uma análise crítica. Espero encontrar um bom mestre ou uma boa mestra no assunto.
Em duas oportunidades da minha vida, tive a grata satisfação de viver, por alguns anos, em duas Comunidades Religiosas, em uma como estudante e noutra como hóspede. Nelas aprendi o real sentido da vida humana e que, a emissão de valor de juízo só deve ser feita quando se tem pleno conhecimento do fato. Aprendi também a respeitar as pessoas dentro do seu contexto vivencial. Cresci não em estatura, mas em conhecimento. Sinto orgulho, no bom sentido, daquele convívio salutar que tanto me dignificou e muito concorreu para a minha formação. Sinto-me um privilegiado por ter convivido com tanta gente sábia e altiva.
Por último, evoco, aqui, a sábia advertência de Erasmo in Chiliades: “Uma coisa é o cetro, outra o plectro.”
Fortaleza, 23 de fevereiro de 2013
Leonardo Pildas
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