As famílias foram identificadas pelo governo na chamada 'busca ativa' que localizou miseráveis invisíveis principalmente nas periferias das grandes cidades
A presidenta Dilma Rousseff
anunciará amanhã (19) a inclusão de mais 700 mil famílias no programa
Brasil Sem Miséria, que promete ser um dos pilares de sua campanha para a
reeleição em 2014. Essa inclusão corresponde a aproximadamente 2,5
milhões de pessoas já identificadas pelo Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate a Fome (MDS), que não conseguem atingir uma renda
mensal de R$ 70, ou seja, em situação de extrema pobreza.
O programa, que recebeu no ano passado R$ 20 bilhões,
tirou da miséria 19,5 milhões de pessoas. Para este ano, o governo
previu investimentos de R$ 23 bilhões, que ainda precisam ser aprovados
no Congresso, na proposta orçamentária.
Novos recursos: ‘A vida dos municípios vai melhorar’, diz Dilma sobre novos recursos
As novas famílias a serem beneficiadas pelo programa
foram identificadas por meio de um sistema de “busca ativa” desenvolvida
pelo governo para driblar situações de subregistro, por exemplo, muito
comum nas áreas mais pobres do país.
Para o governo, os “miseráveis invisíveis do Brasil”
representaram um entrave para o pleno desenvolvimento do programa já que
não apareciam em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e fora dos demais programas sociais e de
transferência de renda, como o Bolsa Família.
De acordo com o MDS, a busca ativa identificou 40% dessas
famílias invisíveis em cidades com mais de 100 mil habitantes, um dado
que desconstruiu uma ideia do início do governo de que os miseráveis
invisíveis do país estariam nos grotões das regiões Norte e Nordeste. A
busca identificou a maior parte dessas famílias, que não faziam parte do
cadastro único do governo federal, na periferia das grandes cidades.
Campanha
O anúncio de incremento do Brasil em Miséria é o primeiro
passo neste ano dentro da estratégia de Dilma de divulgar ao máximo os
avanços do governo na área social. No PT, essa estratégia é tida como
extremamente necessária já que a presidenta poderá ter que enfrentar um
racha na base, devido à possível candidatura do atual governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Essa fissura, na avaliação de alguns petistas, poderá ser
importante na medida em que, no campo da oposição, Dilma já tem como
provável rival o senador mineiro Aécio Neves (PSDB).
Nesta semana, antes de viajar para a África, a presidenta
ainda terá um encontro com mulheres camponesas de 22 estados que estão
em Brasília para discutir formas de reduzir a violência e de garantir
renda e autonomia. O 1° Encontro Nacional do Movimento de Mulheres
Camponesas do Brasil será aberto hoje (18) e pretende reunir 3 mil
trabalhadoras rurais. Além disso, a presidente participa de um ato ao
lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, em
comemoração a 10 anos do governo petista.
Fonte: iG
Fonte: iG